sábado, 20 de setembro de 2014

Émile Durkheim (1858 - 1917), França

Emile Durkheim era descendente de uma família judia e iniciou seus estudos filosóficos na Escola Normal Superior de Paris. Embora sua obra versasse muitas vezes a respeito dos fenômenos religiosos (assim como outros fenômenos com a criminalidade e o suicídio) pensados a partir de fatores sociais e não divinos isso não fez com que ele se afastasse da comunidade judaica.

Sendo considerado um dos pais da Sociologia Moderna, Durkheim foi pioneiro também em combinar pesquisa empírica e teoria sociológica, fazendo com que seu nome figure também como fundador da escola francesa. Seu reconhecimento é bastante amplo também dado o prestígio adquirido enquanto teórico do conceito de coesão social.

Consciência coletiva e a Teoria do Fato Social

Seu principal trabalho envolve a teoria de “consciência coletiva” onde ele busca defender que o homem é na verdade um animal selvagem, e que so pode tornar-se humano a partir do momento em que tornou-se social e sociável, aprendendo hábitos e costumes para poder viver coletivamente. Suas reflexões sobre esse processo de socialização resultam ainda naquilo que hoje é conhecido como teoria do “fato social”.

Uma de suas mais reconhecidas teorias parte da afirmação de que “os fatos sociais devem ser tratados como coisas”. Para Durkheim, a partir disso foi possível conceber uma definição do normal e o patológico em cada sociedade em temos de comportamento social. Dentro disso, fica claro que o normal é aquilo que é obrigatório e normatizado pela sociedade, de modo que a sociedade e os próprios padrões morais configuram-se enquanto uma entidade superior ao individuo.

Diferentemente da sociologia estrutural de Marx que pregava o conflito e luta entre as classes, Durkheim vê a sociedade de certa forma integrada, criando um coeso em geral cujo era mantido por regras de convivência. Um exemplo da integração é a intensidade em que membros de um grupo/sociedade interagem entre si, como por exemplo trabalhos diferentes, porém complementares, que precisam um do outro, provocam um sentimento de união/integração do grupo de trabalhadores. Durkheim defendia que os grupos compartilham valores, crenças e normas coletivas que os mantêm unidos.

Suas teses mais importantes e reconhecidas até hoje no campo da Sociologia iniciaram-se no doutorado, com escritos como “Da Divisão Social do Trabalho”. Posteriormente obras como “As regras do método sociológico”, “O suicídio” e “As regras elementares da vida religiosa” surgiram também, sempre muito marcadas pela concepção que Durkheim defendia sobre a vida e os fatos sociais e como estes delineavam o comportamento humano.

A importância de Émile Durkheim para a Sociologia

Seu legado no campo metodológico com a obra “As regras do métodos sociológico” foram elementares nesse sentidos, uma vez que ele percebeu esse campo como uma ciência de fato e atentou-se para a necessidade do desenvolvimento de uma metodologia única e especifica que fosse respeitada pelos estudiosos desse campo. Através da análise de dados estatísticos e observações de diferentes meios e tipos sociais, os escritos de Emile Durkheim constituíram-se de fato como exemplos de como reflexões, trabalho e monografias da área de Sociologia deveriam ser escritos.

Os escritos de Durkheim são até hoje bibliográfica fundamental para estudos das mais diversas áreas das ciências sociais. Suas teorias são ainda muito atuais e importantes e dentro de sua obra podemos ter contato com o a criação e o desenvolvimento de conceitos caríssimos para a área da sociologia como “fato social” ,“anomia”, “solidariedade”, “coerção” e muitos outros.

Durkheim e as Instituições Sociais

Durkheim apresenta ainda interessantíssimas discussões acerca do que ele denomina instituições sociais. Essas instituições são por exemplo a família, escola, governo, policia, etc. Instituições consideradas conservadoras e que agem de forma a fazer forca contra as mudanças. Assim, Durkheim as aponta como instituições pela manutenção da ordem. Apesar dessa característica claramente conservados desse aparelhos da sociedade, Durkheim parte em defesa dos mesmos,  partindo do pressuposto que os homens necessitam sentir-se seguros e respaldados, e isso é oferecido por essas instituições.

O sociólogo faz essa defesa justamente por acreditar que o homem mantém sua humanidade a partir do momento em que torna-se sociável e que essa vida em sociedade só é possível em um ambiente onde existam regras claras, limites e valores. Caso contrario, ele acredita que os homens estariam entregues a um total estado de desespero . E é justamente a preocupação com esse estado de desespero que o leva a estudar temáticas como criminalidade, suicídio e religião.

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