terça-feira, 14 de outubro de 2014

Bolívia

O Gasoduto Bolívia-Brasil, também conhecido como Gasbol, é uma via de transporte de gás natural entre a Bolívia e o Brasil com 3150 quilômetros de extensão, sendo 557 em território boliviano (trecho administrado pela GTB) e 2593 em território brasileiro (trecho administrado pela TBG).


A construção, funcionamento e comércio do gás é regido pelo acordo Tratado de La Paz redigido em 1996. E começou a ser construído em 1997, iniciando sua operação em 1999. Mas esteve plenamente operativo somente em 2010, com o objetivo de que o gás natural chegue a 15% de todo o consumo energético brasileiro. O então presidente Fernando Henrique Cardoso teve grande empenho para a realização do projeto e inaugurou as primeiras etapas.

O gasoduto tem seu início na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra e seu fim na cidade gaúcha de Canoas, atravessando também os estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, passando por cerca de quatro mil propriedades em 135 municípios.

Em São Paulo, o traçado acompanha o rio Tietê, chegando a Campinas, onde se encontram as indústrias que, em 1999, foram as empresas pioneiras na utilização do gás natural boliviano. O trajeto é estratégico, pois passa por uma área responsável por 71% do consumo energético brasileiro, 82% da produção industrial do país e 75% do PIB.

Até a construção do gasoduto, terminado em 2010 - (ANP), no estado de São Paulo, somente a capital e alguns municípios adjacentes faziam uso do gás natural nacional, extraído das plataformas submarinas de Campos (no Rio de Janeiro) e de Santos, no litoral paulista. Este sistema já se encontra conectado ao duto do gás boliviano através de uma conexão nas cercanias do Vale do Paraíba. O gás natural de Campos, após alimentar alguns municípios na área de São José dos Campos, é direcionado à rede paulista pelos dutos que correm paralelamente à via Dutra e o de Santos sobe a Serra do Mar, em direção à zona industrial da região metropolitana. Em novembro de 2008, na cidade de Gaspar, em Santa Catarina, houve um rompimento do gasoduto em decorrência das enchentes ocorridas na região do Vale do Itajaí.

A nacionalização de Evo Morales
Em 2006 o presidente Evo Morales,nacionalizou a exploração dos negócios de petróleo e gás no país, ordenou a ocupação pelo Exército dos campos de produção das empresas estrangeiras no país, entre elas a estatal brasileira Petrobras, declarando o Decreto Supremo, em que impõe regras para os hidrocarburetos, todos os derivados de petróleo extraídos no país. O decreto transfere a propriedade das reservas para a Bolívia e aumenta os impostos sobre a produção de 50% para 82%, .Caso as empresas não aceitem as medidas, terão de deixar a Bolívia num prazo de 180 dias. É a terceira vez que o governo boliviano nacionaliza seus hidrocarbonetos. As anteriores foram em 1937 e 1969, durante regimes militar.

A partir de hoje as empresas estrangeiras ficam obrigadas a entregar as propriedades para a empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), que assumirá a comercialização da produção, definindo condições, volumes e preços tanto para o mercado interno quanto para exportação.

O gás era extraído na Bolívia em campos anteriormente explorados por multinacionais como PETROBRÁS, Repsol YPF, British Gas e British Petroleum e a Total. Estas tiveram recuo em seus lucros e provocaram intensas críticas internacionais e discussões diplomáticas.Este episódio foi largamente desaproveitado pela oposição pressionando o então presidente Lula a tomar atitudes enérgicas, que em nenhum momento foram tomadas.

Evo Morales
Líder sindical dos cocaleros - agricultores que cultivam a coca, cuja folha é utilizada em chás ou mascada, segundo a tradição indígena - e do partido Movimento para o Socialismo (MAS em língua castelhana) - IPSP (Instrumento Político pela Soberania dos Povos), Evo Morales destacou-se ao resistir os esforços do governo dos Estados Unidos para substituição do cultivo da coca, na província de Chapare, por bananas, originárias do Brasil.

De orientação socialista, o foco do seu governo tem sido a implementação da reforma agrária e a nacionalização de setores chaves da economia, contrapondo-se à influência dos Estados Unidos e das grandes corporações nas questões políticas internas da Bolívia.

De etnia uru-aimará, Morales destacou-se a partir dos anos 1980, juntamente com Felipe Quispe e Sixto Jumpiri e alguns outros, na liderança do campesinato indígena do seu país.

Assumiu o poder em 22 de janeiro de 2006 como o primeiro mandatário boliviano a ser eleito Presidente da República em primeiro turno em mais de trinta anos, e sendo reeleito em 6 de dezembro de 2009.

Morales propõe que o problema da cocaína seja resolvido do lado do consumo, pois o cultivo da Coca seria "um patrimônio cultural dos povos andinos e parte inseparável da cultura boliviana e sua proibição não poderia ser feita através de uma simples regulação estabelecida por uma convenção externa".

Embora o tráfico de drogas seja um problema internacional, a nova posição assumida pela Bolívia devolve aos mercados consumidores de drogas o problema ocasionado pela apropriação, para fins ilícitos, de uma planta de uso tradicional - a coca. Segundo Morales, "haverá zero cocaína, zero tráfico de drogas mas não zero coca."Assim, a posição do governo boliviano é de que os costumes indígenas não devem ser afetados pela política de repressão ao tráfico de drogas.
Evo Morales é reeleito para terceiro mandato na Bolívia e governará até 2020.

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