sábado, 25 de outubro de 2014

Epistemologia

Epistemologia  também chamada teoria/filosofia do conhecimento, é o ramo da filosofia que trata da natureza, das origens e da validade do conhecimento. Relaciona-se com a metafísica, a lógica e a filosofia da ciência, pois, em uma de suas vertentes, avalia a consistência lógica de teorias e suas credenciais científicas. Este facto torna-a uma das principais áreas da filosofia (à medida que prescreveria "correções" à ciência). A sua problemática compreende a questão da possibilidade do conhecimento - nomeadamente, se é possível ao ser humano alcançar o conhecimento total e genuíno, dos limites do conhecimento (haveria realmente uma distinção entre o mundo cognoscível e o mundo incognoscível?) e da origem do conhecimento (Por quais faculdades atingimos o conhecimento? Haverá conhecimento certo e seguro em alguma concepção a priori?).


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Revolução Sandinista

A Revolução Sandinista (em espanhol: Revolución Nicaragüense ou Revolución Popular Sandinista) refere-se ao processo ocorrido na Nicarágua entre 1979 e 1990, sob a égide da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) - assim chamada em memória do guerrilheiro Augusto César Sandino -, envolvendo a luta armada contra o regime ditatorial de Anastasio Somoza Debayle, a derrubada do ditador e os subsequentes esforços da FSLN para reformar a sociedade e a economia do país, mediante a instauração de um governo democrático progressista de esquerda ao longo daqueles onze anos.

A revolução não foi importante apenas para a Nicarágua, mas também para toda a América Central e o continente americano, durante a Guerra Fria.

A definição do período correspondente à Revolução Sandinista pode suscitar controvérsias, pois não houve uma declaração formal de guerra que definisse o seu início. Quanto ao seu final geralmente se considera o dia em que o antigo regime cai ou o dia em que cessaram as hostilidades (o que poderia ser posterior à queda do antigo regime), ou mesmo uma data posterior, que incluiria o período de reconstrução e estabelecimento do novo regime, após a tomada do poder pela FSLN. Uma definição bastante ampla do período da revolução nicaraguense poderia até mesmo considerar o ano de fundação da FSLN, em 1961, até a vitória eleitoral de Violeta Chamorro em 1990, pela União Nacional Opositora, que marca o fim do primeiro período dos revolucionários sandinistas no poder.

Uma definição mais restrita seria a de que seu início remonta à década de 1970, quando começa propriamente a resistência armada à ditadura da família Somoza, culminando com a derrubada da Anastasio Somoza Debayle, em 19 de julho de 1979.

De todo modo, a compreensão do processo revolucionário sandinista requer o entendimento de um contexto histórico onde se destacam:

A rebelião de 1926, liderada pelo guerrilheiro Augusto César Sandino, contra a ocupação da Nicarágua por fuzileiros navais, . Iniciado com apenas 29 homens, o movimento ampliou-se até o assassinato de Sandino, em 1934 pelas mãos de Anastasio Somoza García. A figura épica de Sandino transformou-se em um ícone e está presente nas raízes da Revolução Sandinista.

A Revolução Cubana, que inspirou vários movimentos revolucionários da esquerda em diferentes países da América Latina, os quais, em muitos casos derrotados, acabaram por suscitar a instauração de regimes ditatoriais de direita .

A queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989, e a Reunificação Alemã, em 3 de outubro de 1990, que marcam o final da Guerra Fria e da polarização do mundo entre os blocos capitalista (países membros da OTAN, liderada pelo Estados Unidos) e socialista (países membros do Pacto de Varsóvia, sob a égide da URSS). Também em 1990 a derrota eleitoral de Daniel Ortega, da FSLN, para Violeta Chamorro, da Unión Nacional Opositora (formada por uma ampla coalizão de partidos, majoritariamente de centro), marca o fim da Revolução Sandinista. A partir daí, quase todas as principais conquistas sociais foram revertidas pelos governos liberais e conservadores que se seguiram. A FSLN evoluiu para um partido de esquerda que só voltaria ao poder após vencer as eleições gerais da Nicarágua de 2006.

Comuna de Paris

A Comuna de Paris foi o primeiro governo operário da história, fundado em 1871 na capital francesa por ocasião da resistência popular ante a invasão por parte do Reino da Prússia.

A história moderna registra algumas experiências de regimes comunais, impostos como afirmação revolucionária da autonomia da cidade. A mais importante delas — a Comuna de Paris — veio no bojo da insurreição popular de 18 de março de 1871. Durante a guerra franco-prussiana, as províncias francesas elegeram para a Assembleia Nacional Francesa uma maioria de deputados monarquistas francamente favorável à capitulação ante a Prússia. A população de Paris, no entanto, opunha-se a essa política. Louis Adolphe Thiers, elevado à chefia do gabinete conservador, tentou esmagar os insurretos. Estes, porém, com o apoio da Guarda Nacional, derrotaram as forças legalistas, obrigando os membros do governo a abandonar precipitadamente Paris, onde o comitê central da Guarda Nacional passou a exercer sua autoridade. A Comuna de Paris — considerada a primeira república proletária da história — adotou uma política de caráter socialista, baseada nos princípios da Primeira Internacional dos Trabalhadores.

O poder comunal manteve-se durante cerca de quarenta dias. Seu esmagamento revestiu-se de extrema crueldade. De acordo com a enciclopédia Barsa, mais de 20 000 communards foram executados pelas forças de Thiers.

O governo durou oficialmente de 26 de março a 28 de maio, enfrentando não só o invasor alemão como também tropas francesas, pois a Comuna era um movimento de revolta ante o armistício assinado pelo governo nacional (transferido para Versalhes) após a derrota na guerra franco-prussiana. Os alemães tiveram ainda que libertar militares franceses feitos prisioneiros de guerra para auxiliar na tomada de Paris.

A população francesa já havia enfrentado, após a Revolução Francesa, uma revolta em Fevereiro de 1848, responsável por destituir o "rei burguês" Luís Filipe d'Orleans, dando fim à monarquia de Julho e instaurando a Segunda República Francesa. Entretanto, após um golpe de estado por Luís Bonaparte, conhecido como "O Outro 18 de Brumário", Bonaparte instaurou o Segundo Império Francês e proclamou-se Napoleão III. No governo de Napoleão III, a França envolveu-se em atritos constantes com a Prússia, relacionados à sucessão espanhola (veja Guerra franco-prussiana). Com um telegrama falsificado por Otto Von Bismarck, extremamente ofensivo ao povo francês, Napoleão III declarou guerra à Prússia.

No entanto, o exército prussiano estava mais bem preparado, vencendo facilmente os franceses. O imperador francês foi feito prisioneiro em Sedan. Com isso, foi proclamada a Terceira República Francesa legitimando um governo provisório de defesa nacional para o qual Louis Adolphe Thiers foi eleito presidente.

O armistício e a Comuna

Wilhelm I foi coroado Imperador da Alemanha no Palácio de Versalhes. Bismarck ao centro, de branco.
O Governo Provisório, com sede na prefeitura de Paris, iniciou um processo de capitulação da França entregando a maior parte de seu exército permanente bem como suas armas a contragosto da população parisiense. O único contingente agora armado era a Guarda Nacional, formada em sua maior parte por operários e alguns membros da pequena burguesia.

Convictos na resistência ao exército estrangeiro, a Guarda Nacional assaltou a prefeitura e expulsou os membros da assembleia que se instalariam em Versalhes. A administração pública de Paris agora se encontrava nas mãos do Comitê Central da Guarda Nacional que manteria conversações com Versalhes até 18 de março, quando o presidente Thiers mandou desarmar a Guarda Nacional numa operação sigilosa durante a madrugada daquele dia. Pegos de surpresa, a população parisiense expulsa o contingente de Thiers dando início à independência política de Paris frente à Assembleia de Versalhes culminando com a eleição e a declaração da Comuna em 26 e 28 de março.

Apesar da evidente disposição do povo parisiense em resistir, a Assembleia de Versalhes acabou assinando a paz com os alemães. Num episódio humilhante, Guilherme I, o soberano alemão, foi coroado imperador do Segundo Reich na sala dos espelhos do Palácio de Versalhes.

Realizações da Comuna

A Comuna de Paris DECRETA: O alistamento obrigatório é abolido; a guarda nacional é a única força militar permitida em Paris; todos os cidadãos válidos fazem parte da guarda nacional.

Destruição da Coluna Vendôme pelos communards.

Por sugestão do revolucionário Gustave Courbet, as pedras da coluna decaída seriam utilizadas para a reconstrução do hotel de la Monnaie, que a época servia de abrigo para inválidos.

O governo revolucionário foi formado por uma federação de representantes de bairro (a guarda nacional, uma milícia formada por cidadãos comuns). Uma das suas primeiras proclamações foi a "abolição do sistema da escravidão do salário de uma vez por todas". A guarda nacional se misturou aos soldados franceses, que se amotinaram e massacraram seus comandantes. O governo oficial, que ainda existia, fugiu, junto com suas tropas leais, e Paris ficou sem autoridade. O Comitê Central da federação dos bairros ocupou este vácuo, e se instalou na prefeitura. O comitê era formado por Blanquistas, membros da Associação Internacional dos Trabalhadores, Proudhonistas e uma miscelânea de indivíduos não-afiliados politicamente, a maioria trabalhadores braçais, escritores e artistas.

Eleições foram realizadas, mas obedecendo à lógica da democracia direta em todos os níveis da administração pública. A polícia foi abolida e substituída pela guarda nacional. A educação foi secularizada, a previdência social foi instituída, uma comissão de inquérito sobre o governo anterior foi formada, e se decidiu por trabalhar no sentido da abolição da escravidão do salário. Noventa representantes foram eleitos, mas apenas 25 eram trabalhadores e a maioria foi constituída de pequenos-burgueses. Entretanto, os revolucionários eram maioria. Em semanas, a recém nomeada Comuna de Paris introduziu mais reformas do que todos os governos nos dois séculos anteriores combinados:

O trabalho noturno foi abolido;
Oficinas que estavam fechadas foram reabertas para que cooperativas fossem instaladas;
Residências vazias foram desapropriadas e ocupadas;
Em cada residência oficial foi instalado um comitê para organizar a ocupação de moradias;
Todas os descontos em salário foram abolidos;
A jornada de trabalho foi reduzida, e chegou-se a propor a jornada de oito horas;
Os sindicatos foram legalizados;
Instituiu-se a igualdade entre os sexos;
Projetou-se a autogestão das fábricas (mas não foi possível implantá-la);
O monopólio da lei pelos advogados, o juramento judicial e os honorários foram abolidos;
Testamentos, adoções e a contratação de advogados se tornaram gratuitos;
O casamento se tornou gratuito e simplificado;
A pena de morte foi abolida;
O cargo de juiz se tornou eletivo;
O calendário revolucionário foi novamente adotado;
O Estado e a Igreja foram separados; a Igreja deixou de ser subvencionada pelo Estado e os espólios sem herdeiros passaram a ser confiscados pelo Estado;
A educação se tornou gratuita, secular, e compulsória. Escolas noturnas foram criadas e todas as escolas passaram a ser de sexo misto;
Imagens santas foram derretidas e sociedades de discussão foram adotadas nas Igrejas;
A Igreja de Brea, erguida em memória de um dos homens envolvidos na repressão da Revolução de 1848, foi demolida. O confessionário de Luís XVI e a coluna Vendôme também;
A Bandeira Vermelha foi adotada como símbolo da Unidade Federal da Humanidade;
O internacionalismo foi posto em prática: o fato de ser estrangeiro se tornou irrelevante. Os integrantes da Comuna incluíam belgas, italianos, poloneses, húngaros;
Instituiu-se um escritório central de imprensa;
Emitiu-se um apelo à Associação Internacional dos Trabalhadores;
O serviço militar obrigatório e o exército regular foram abolidos;
Todas as finanças foram reorganizadas, incluindo os correios, a assistência pública e os telégrafos;
Havia um plano para a rotação de trabalhadores;
Considerou-se instituir uma Escola Nacional de Serviço Público, da qual a atual ENA francesa é uma cópia;
Os artistas passaram a autogestionar os teatros e editoras;
O salário dos professores foi duplicado.
A semana sangrenta[editar | editar código-fonte]

Cadáveres de communards.
O governo oficial, agora instalado em Versalhes e sob o comando de Thiers, fez a paz com o Império Alemão para que tivesse tempo de esmagar a Comuna de Paris. Como acordado entre os dois países, a Alemanha libertou prisioneiros de guerra para compor as forças que o exército francês usaria contra a Comuna. Esta possuía menos de 15 000 milicianos defendendo a cidade contra o exército de 100 000 soldados sob o comando de Versalhes.

Assim como durante o período da comuna, em sua queda os revolucionários destruíram os símbolos do Segundo Império Francês - prédios administrativos e palácios - e executaram reféns, em sua maioria clérigos, militares e juízes. Na perspectiva dos communards, derrubar a velha ordem e tudo que com ela tinha vínculo era preciso para que novas instituições pudessem florescer.

Ao todo, a Comuna de Paris executou cem pessoas e matou outras novecentas na defesa da cidade. As tropas de Thiers, por outro lado, executaram 20 000 pessoas, número que, somado às baixas em combate, provavelmente alcançou a cifra dos 80 000 mortos. 40 000 pessoas foram presas e muitas delas foram torturadas e executadas sem qualquer comprovação de que fossem de fato membros da Comuna. As execuções só pararam por medo de que a quantidade imensa de cadáveres pudesse causar uma epidemia de doenças.[carece de fontes]

A Comuna é considerada, por grupos políticos revolucionários posteriores (anarquistas, comunistas, situacionistas), como a primeira experiência moderna de um governo popular.1 Um acontecimento histórico resultante da iniciativa de grupos revolucionários e do espontaneísmo político das massas, em meio a circunstâncias dramáticas de uma guerra perdida (Guerra franco-prussiana) e de uma guerra civil em curso.

Primavera de Praga

A Primavera de Praga foi um período de liberalização política na Tchecoslováquia durante a época de sua dominação pela União Soviética após a Segunda Guerra Mundial. Esse período começou em 5 de Janeiro de 1968, quando o reformista eslovaco Alexander Dubček chegou ao poder, e durou até o dia 21 de Agosto quando a União Soviética e os membros do Pacto de Varsóvia invadiram o país para interromper as reformas.

O movimento da Primavera de Praga foi liderado por intelectuais reformistas do Partido Comunista Tcheco, interessados em promover grandes mudanças na estrutura política, econômica e social, na Tchecoslováquia. A proposta surpreendeu a sociedade tcheca, que em 5 de Abril de 1968 soube das propostas reformistas dos intelectuais comunistas.

O objetivo de Dubcek era "desestalinizar" o país, removendo os vestígios de despotismo e autoritarismo, que considerava aberrações no sistema socialista. Com isso, o secretário-geral do partido prometeu uma revisão da Constituição, que garantiria a liberdade do cidadão e os direitos civis. A abertura política abrangia o fim do monopólio do partido comunista e a livre organização partidária, com uma Assembléia Nacional que reuniria democraticamente todos os segmentos da sociedade tcheca. A liberdade de imprensa, o Poder Judiciário independente e a tolerância religiosa eram outras garantias expostas por Dubcek.

As propostas foram apoiadas pela população. O movimento que propôs a mudança radical da Tchecoslováquia, dentro da área de influência da União Soviética, foi chamada de Primavera de Praga.1 Assim sendo, diversos setores sociais se manifestaram em favor da rápida democratização. No mês de junho, um texto de “Duas Mil Palavras” saiu publicado na Liternární Listy (Gazeta Literária), escrito por Ludvík Vaculík e assinado por personalidades de todos sectores sociais, pedindo a Dubcek que acelerasse o processo de abertura política. Eles acreditavam que era possível transformar, pacificamente, um regime ortodoxo comunista para um regime socialista democrático aos moldes ocidentais. Com estas propostas, Dubcek tentava provar a possibilidade de uma economia coletivizada conviver com ampla liberdade econômica.2

A União Soviética, temendo a influência que uma Tchecoslováquia democrática e socialista, independente da influência soviética e com garantias de liberdades à sociedade, pudesse passar às nações socialistas e às "democracias populares", mandou tanques do Pacto de Varsóvia invadirem a capital Praga em 21 de Agosto de 1968. Dubcek foi detido por soldados soviéticos e levado a Moscou. Na cidade de Praga a população reagiu à invasão soviética de forma não violenta, desnorteando as tropas. A organização quase espontânea foi em parte liderada pela cadeia de vários pequenos transmissores construídos às pressas por membros do exército tcheco e aficcionados por radio transmissores: a Rádio Tchecoslováquia Livre. Cada emissora transmitia instruções para a população por não mais que 9 minutos e depois saia do ar, dando o espaço para uma outra, impossibilitando assim a triangulação do sinal. Suas instruções eram para a população manter a calma e, sobretudo, não colaborar com os invasores. Os russos ainda tentaram trazer uma potente estação de rádio para criar interferências nos sinais, porém, os ferroviários tchecos, com uma extrema competência, atrasaram a entrega e, quando a estação chegou ao seu destino, estava inutilizável.1

Os russos conseguiram uma ocupação total em poucas horas, porém chegaram a um impasse político: as diversas tentativas para criar um governo colaboracionista fracassaram e a população tcheca foi eficiente em minar a moral das tropas. No dia 23 se iniciou uma greve geral, e no dia 26 se publicou o decálogo da não cooperação: não sei, não conheço, não direi, não tenho, não sei fazer, não darei, não posso, não irei, não ensinarei, não farei!

Através de uma rede de radioamadores, a população era informada sobre ações que poderiam ser organizadas para levar a cabo uma resistência não violenta. Tal reação foi espontânea, devido à impossibilidade de se utilizar a ação violenta. De certa forma, a população se inspirou em um livro picaresco muito popular, "O valente soldado Chveik", onde o personagem usava de travessurar para expulsar as tropas invasoras.

A paralisação dos trens interrompeu a comunicação com os países aliados, e para evitar que os tanques chegassem até Praga, as placas de sinalização foram invertidas, e depois pintadas com uma tinta fácil de se raspar. Quando os soldados raspavam as tintas para verem a indicação correta, acabavam indo na direção de Moscou.

Enquanto isso, os raptores contavam a Dubcek que a população tcheca estava sendo massacrada, como fora a população húngara, 12 anos antes, o que o levou a assinar um acordo de renúncia.

As reformas foram canceladas e o regime de partido único continuou a vigorar na Tchecoslováquia. Em protesto contra o fim das liberdades conquistadas, o jovem Jan Palach ateou fogo ao próprio corpo numa praça de Praga em 16 de Janeiro de 1969.

Por sua vez, os comunistas tchecos antiliberalismo2 apoiaram a invasão soviética, uma vez que eles acreditavam que as reformas de Dubček trariam um precoce desastre econômico e social, o que mais tarde realmente ocorreria em 1991 com o colapso soviético. Sinal disto, é a divisão do partido em dois lados, os liberais (reformistas) e os antiliberalismo,2 que contariam com o apoio soviético, o poder mais influente.

Acordo de Munique

O Acordo de Munique foi um tratado datado de 29 de setembro de 1938, na cidade de Munique, na Alemanha, entre os líderes das maiores potências da Europa à época. 

De 1919 até 1938, periodo da dissolução do Império Alemão, mais de 3 milhões de alemães étnicos viviam na parte checa do recém criado Estado da Checoslováquia.

O objetivo da conferência era a discussão do futuro da Checoslováquia e terminou com a capitulação das nações democráticas perante a Alemanha Nazi de Adolf Hitler.1 Este episódio ilustra melhor do que outros o significado da "política de apaziguamento".

A Checoslováquia não foi convidada para a conferência. A conferência é vulgarmente conhecida na República Checa como a "Sentença de Munique". A frase "traição de Munique" também é usada frequentemente, uma vez que as alianças militares em vigor entre a Checoslováquia, Reino Unido e França foram ignoradas.

Foi alcançado com cerca de uma hora e meia um acordo, assinado a 30 de setembro mas datado de 29 de setembro de 1938.1 Adolf Hitler, Neville Chamberlain, Edouard Daladier e Benito Mussolini foram os políticos que assinaram o Acordo de Munique. O ajuste dava à Alemanha os Sudetas (Sudetenland), começando em 10 de outubro, e o controle efetivo do resto da Checoslováquia, desde que Hitler prometesse que esta seria a última reivindicação territorial da Alemanha.

Chamberlain foi recebido como um herói à sua chegada ao Reino Unido. No aeroporto de Heston, ele fez o famoso discurso, agora inglório, "peace in our time" (paz para o nosso tempo) e acenou com a folha de papel branca para uma multidão em delírio, embora alguns do Reino Unido ainda tivessem questões diplomáticas mal resolvidas para esclarecer a população em geral era a favor do tratado.3

A ocupação alemã dos quatro distritos seria feita faseadamente entre 1 de outubro e 7 de outubro. Outros territórios de predominância de população germânica seriam especificados por uma comissão internacional composta por delegados de França, Reino Unido, Itália, Alemanha e Checoslováquia. A comissão internacional conduziria também eleições nos territórios em disputa.

Winston Churchill teria dito sobre Chamberlain quanto a este acordo: "Entre a desonra e a guerra, escolheste a desonra, e terás a guerra".

A 10 de março de 1939, Hitler, desrespeitando o tratado, ordena a invasão do resto da Checoslováquia e as tropas alemãs ocupam Praga.

Crise dos Sudetos

A Crise dos Sudetos (em alemão:Sudetenkrise) é o nome dado aos acontecimentos de 1938, iniciado pelos "Sudetendeutsche", uma minoria étnica da Europa Central, composta por alemães que vivem na Boêmia, Morávia e Silésia Oriental.

Após a anexação da Áustria em março de 1938, Hitler surge como um defensor dos alemães da Checoslováquia provocando a crise. O Partido Alemão dos Sudetos promulgam os Decretos de Carlsbad em 24 de abril de 1938, que exige a autonomia e a liberdade de professar a ideologia nazista. A Grã-Bretanha enviou Lord Runciman para negociar um acordo com o governo tcheco, liderado pelo Presidente Edvard Benes, que falhou pela decisão de Hitler na forma de ordenar a Henlein demandas impossíveis de serem aceitas pelo governo checo.

Manobras do exército tchecoslovaco em 1938.
Apesar de algumas concessões feitas por Praga, a Checoslováquia mobilizou as suas tropas em 23 de Setembro. No entanto, apesar de ter o teórico apoio da URSS (que, estritamente dependia da intervenção francesa), e também um exército moderno e preparado, assim como as defesas fronteiriças muito fortes, acabou abandonando toda a resistência à invasão alemã, na ausência do apoio das potências ocidentais.

Hitler deu um ultimato em 26 de Setembro e impôs a sua posição sobre o Acordo de Munique em 30 de setembro, assinado por Hitler, Mussolini, Chamberlain e Édouard Daladier, o primeiro-ministro francês, prometeu um plebiscito a Alemanha, que foi aceito por Chamberlain, em um esforço para evitar guerra. Estes acordos indignaram a Checoslováquia, que não tinha sido convidada a participar deles, e só foi comunicada do resultado.

A ocupação alemã ocorreu de 1 a 10 de Outubro, subtraindo assim cerca de 30.000 km² da Tchecoslováquia, sem que as outras potências européias reagissem. Depois disso, a maioria da população checa foi expulsa da região. No final de 1938, o Partido Alemão dos Sudetos desaparece e se funde com o Partido Nazista alemão. Em março de 1939, a Alemanha ocupa o resto da Checoslováquia.


Após a derrota da Alemanha na II Guerra Mundial, os Sudetos voltaram a tornar-se parte da Tchecoslováquia e a população alemã foi expulsa em massa.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Venezuela

O atual processo venezuelano foi iniciado com o “caracazo”. Em fevereiro de 1989, uma insurreição operária e popular contra o governo de Carlos Andrés Pérez colocou em crise todas as instituições do país e foi duramente reprimida, gerando cisões inclusive nas Forças Armadas.

Desta crise surgiu um setor de oficiais que rompeu com o governo e se agrupou em torno de Hugo Chávez, que encabeçou uma tentativa de golpe militar, em 1992. Mesmo preso, Chávez começou a ganhar prestígio entre os setores operários e populares. Em dezembro de 1998, Chávez vence as eleições presidenciais. 

Golpes
Apesar dessas profundas limitações do governo Chávez (que continuou pagando pontualmente a dívida externa), o imperialismo ianque decidiu impulsionar a tentativa golpista de setores burgueses venezuelanos: o 11 de abril de 2002. 
O golpe, porém, foi derrotado por uma insurreição de massas. De volta à presidência Chávez decide deixar os golpistas na mais completa impunidade. Assim, os golpistas tentaram deflagrar dois novos golpes.

Em 2003, uma greve patronal-petroleira tentou inviabilizar economicamente o país e derrubar o governo. Os trabalhadores não se intimidaram e enfrentaram os patrões, derrotando mais esse golpe.

Novamente impunes, os golpistas tiveram forças para procurar uma via institucional para dar mais um novo golpe. Em 2004 foi realizado um plebiscito para definir a continuidade do mandato de Chávez. Mais uma vez, as massas derrotaram o imperialismo. Após o resultado do plebiscito, Chávez procurou se reconciliar com os setores da burguesia golpista.

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Em dezembro de 1988, Carlos Andrés Pérez foi novamente eleito presidente e imediatamente, instituiu o crescente aumento dos preços e outras medidas radicais, com o objetivo de satisfazer as imposições do Fundo Monetário Internacional (FMI). Adotou uma política de austeridade financeira, que aumentou a renda per capita do país, mas, em contrapartida, ampliou o desemprego e aprofundou as desigualdades na distribuição da renda, gerando greves de trabalhadores e conflitos sociais que causaram a morte a cerca de trezentas pessoas. 

A queda dos preços do petróleo, o aumento do tráfico de drogas e as medidas restritivas adotadas pelo presidente geraram forte instabilidade política, com sérios distúrbios em 1989. Em fevereiro de 1992, um grupo de jovens oficiais militares, sob o comando do coronel Hugo Chávez Frías, de tendência esquerdista, tentou levar a cabo um golpe de Estado, mas as tropas fiéis ao presidente Andrés Pérez depressa o neutralizaram e Chávez foi levado à prisão, onde permaneceu por dois anos. Em novembro seguinte foi anulado um novo golpe.

Pérez foi acusado de desvio de dinheiro público e, em maio de 1993, foi destituído do cargo depois de condenado em processo de impeachment por corrupção (que um ano depois o levou para a cadeia). Em seu lugar, assumiu o presidente do Congresso, senador Octavio Lapege, até que o Congresso elegesse um presidente interino para terminar o mandato. Foi eleito pela Ação Democrática o senador Ramón José Velásquez, que prestou juramento em junho de 1993 e governou o país por oito meses.

Nas eleições de dezembro 1993, tomou novamente posse o ex-presidente Rafael Caldera, liderando um novo partido, a Convergência Nacional, apoiado por outras organizações. Assumiu em 1994 por um período de cinco anos. Em 1995, a Venezuela atravessou uma crise financeira grave, uma crise bancária que obrigou o país a gastar grande parte de suas divisas e adotou um programa econômico recessivo. Em 1996, um plano rigoroso desencadeou uma reviravolta neste país, que tinha o maior rendimento por habitante da América Latina, e se viu ultrapassado pela Argentina, Uruguai, Chile e Brasil. As dificuldades econômicas, que incluíam a crise bancária que obrigou o país a gastar grande parte de suas divisas, a queda no crescimento e o aumento do desemprego e da pobreza, levaram o governo a suspender as garantias constitucionais relativas às atividades econômicas durante três meses, e adotar um programa econômico recessivo, controlando os preços, congelando o câmbio e intervindo no mercado financeiro, entre outras medidas, provocando violentas manifestações populares em 1996 e março de 1997.

A perda de prestígio dos políticos tradicionais se traduziu na aparição de candidaturas estranhas, como a da ex miss Venezuela Irene Sáez. O coronel reformado Hugo Chávez, de 44 anos, líder do fracassado golpe de fevereiro de 1992 contra o então presidente Pérez e fundador do Movimento Quinta República (MVR), venceu as eleições presidenciais realizadas em 6 de dezembro de 1998, com 56% dos votos válidos, derrotando Henrique Salas Romer, que obteve 39%.

Empossado para o qüinqüênio de fevereiro de 1999 a fevereiro de 2004, Chávez prometeu modificar o Legislativo, moralizar a administração pública e promover uma efetiva redistribução da renda nacional. Foi convocado um plebiscito para que o povo opinasse sobre a instalação ou não de uma Assembleia Nacional Constituinte. Com 92% de votos favoráveis, os venezuelanos aprovaram no dia 25 de abril de 1999, a proposta presidencial de criar uma assembleia que redigisse uma nova Constituição.

Convocadas eleições para formar a Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela em 25 de julho de 1999, esta reuniu-se pela primeira vez, no dia 3 de agosto do mesmo ano, e assumiu o poder máximo do Estado. A soberaníssima, nas palavras do presidente Hugo Chávez, se autodotou de poderes para suspender as demais instituições políticas do país. Nos dias que se seguiram, Chávez pôs o seu cargo à disposição da Assembleia (para caracterizar que esta era agora a autoridade suprema do Estado), e no dia 11 de agosto, depois de ser confirmado na presidência, jurou novamente o cargo. No dia 12 de agosto, Chávez teve o seu primeiro decreto executivo para a reorganização de todos os órgãos do poder público, aprovado pela Assembleia.

Em nova convocação às urnas em 15 de dezembro de 1999, os venezuelanos referendaram, por ampla maioria, a recém-escrita Constituição que levaria adiante o projeto de Hugo Chávez para a transformação do país. A nova Carta Magna foi aprovada por 71,2% dos votantes, apesar de o índice de abstenção ter sido muito alto, pois 54% dos eleitores não compareceram às urnas. Com esse resultado, Chávez recebeu um respaldo importante para o processo de mudança das estruturas políticas, econômicas e jurídicas do país.

A nova Constituição, a vigésima sexta na história da Venezuela, aumentou o mandato do presidente da República de cinco para seis anos, e passou a permitir uma reeleição consecutiva; mas não subordina, todavia, o poder militar ao civil. O Senado e o Congresso foram extintos, tendo sido substituídos por uma nova instituição unicameral: a Assembleia Nacional. Foram considerados nulos todos os mandatos estabelecidos pela constituição anterior e convocadas eleições gerais para julho de 2000, inclusive para presidente da República, tendo sido Hugo Chávez reeleito para o sextiênio de janeiro de 2001 a janeiro de 2007. A Carta, ainda, alterou o nome do país para República Bolivariana da Venezuela e aumentou os direitos culturais e linguísticos dos povos indígenas.

Após a reeleição, Hugo Chávez pôs em prática um programa de revolução bolivariana, mas rapidamente confrontou-se com uma forte oposição (manifestações, greves e tentativa de golpe de Estado). Chávez promoveu a nacionalização de vários setores da economia do país. Inicialmente, estatizou a siderúrgica Sidor, responsável por 85% da produção de aço no país. No mesmo período, começou o processo de nacionalização da empresa Petróleos de Venezuela (PDVSA), ação concluída em 2007. Em 2002, a Venezuela passou por uma grave crise política após Chávez demitir gestores da PDVSA e substituí-los por pessoas de sua confiança. Em abril desse ano, a crise política, econômica e social que se tinha instalado no país levou a um golpe de Estado civil-militar, que destituiu Hugo Chávez do cargo por breves 48 horas. Líderes das Forças Armadas anunciaram a destituição do presidente Chávez, em 12 de abril de 2002, tendo o líder empresarial Pedro Carmona feito juramento como presidente da Venezuela. O golpe, entretanto, foi seguido de um contragolpe dois dias depois, já que forças leais a Chávez perceberam o clamor popular pelo líder. Chávez reassumiu a Presidência em 14 de abril de 2002, após um decreto que revogou sua deposição, mas a instabilidade política e a crescente polarização social mantiveram-se.

Um referendo sobre a permanência de Chávez no poder foi realizado em agosto de 2004. Chávez venceu o referendo revogatório com 58,25% dos votos. Em 2005, instaurou-se uma crise diplomática com a Colômbia. Em dezembro de 2006, Hugo Chávez foi reeleito, para o sextiênio 2007-2013. Em 2007, tomou posse junto a um Congresso plenamente fiel, já que a oposição havia boicotado as eleições legislativas de 2005.

Em dezembro de 2007, em referendo sobre reforma da Constituição venezuelana, o presidente obteve o primeiro revés, já que a reforma foi recusada pela população. Em 2008, Chávez também saiu derrotado das eleições regionais. Os fracassos nas votações de 2007 e 2008 foram em parte recompensados em 2009, quando 54% dos venezuelanos votaram a favor da reeleição ilimitada em mais um referendo. Em 30 de junho de 2011, em pronunciamento transmitido pela TV, o presidente anunciou que sofria de um câncer. Em 2012, o presidente da Venezuela anunciou a nacionalização de 11 plataformas de petróleo norte-americanas vinculadas à empresa Helmerich & Payne. Anteriormente, foi anunciada a estatização de fábricas do México, da França e da Suíça. Em outubro de 2012, foi mais uma vez foi reeleito, mas, pela primeira vez, venceu com pequena diferença de votos: 54% contra 44% do adversário, Henrique Capriles. 

Em 5 de março, o vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou, em pronunciamento nacional na TV, a morte do presidente Hugo Chávez, vítima de um câncer na região pélvica com o qual convivia há um ano e meio.

Guerra da Coreia

A Guerra da Coreia foi travada entre 25 de junho de 1950 a 27 de julho de 1953, opondo a Coreia do Sul e seus aliados, que incluíam os Estados Unidos e o Reino Unido, à Coreia do Norte, apoiada pela República Popular da China e pela antiga União Soviética. O resultado foi a manutenção da divisão da península da Coreia em dois países.

A península da Coreia é cortada pelo paralelo 38° N, uma linha demarcatória que divide dois exércitos, dois Estados: a República da Coreia, a sul, e a República Popular Democrática da Coreia, ao norte. Essa demarcação, existente desde 1945 por um acordo entre os governos de Moscou e Washington, dividiu o povo coreano em dois sistemas políticos opostos: no norte o comunismo apoiado pela União Soviética, e, no sul, o capitalismo apoiado pelos Estados Unidos.10

A incapacidade de realizar eleições livres em toda a Península coreana, em 1948, aprofundou a divisão entre os dois lados, o do Norte estabeleceu um governo comunista, enquanto o Sul estabeleceu um governo de direita. O paralelo 38 tornou-se cada vez mais uma fronteira política entre os dois Estados coreanos. Embora as negociações de reunificação continuassem nos meses que antecederam a guerra, a tensão se intensificou. Escaramuças transfronteiriças e incursões cruzando o paralelo 38 persistiram. A situação se transformou em guerra aberta quando as forças norte-coreanas invadiram a Coreia do Sul em 25 de junho de 1950.

Em 1950, a União Soviética boicotou o Conselho de Segurança das Nações Unidas, em protesto contra a representação da China pelo governo da República da China, que se refugiara em Taiwan a seguir a derrota na Guerra Civil Chinesa. Na ausência da voz dissidente da União Soviética, que poderia ter vetado, os Estados Unidos e outros países passaram a resolução de número 84, em 7 de julho, no Conselho de Segurança autorizando a intervenção militar na Coreia.12

Os Estados Unidos e 20 outros países das Nações Unidas ofereceram assistência para repelir a tentativa de reunificação das duas Coreia, por parte da Coreia do Norte, sob o regime comunista.9

Contexto

Ocupação japonesa (1910–1945)
Após derrotar a Dinastia Qing na Primeira Guerra Sino-Japonesa (1894–96), o Império do Japão ocupou militarmente a Coreia – uma península estratégica na "esfera de influência" regional.Uma década mais tarde, os japoneses derrotaram a Rússia Imperial na Guerra Russo-Japonesa (1904–05), e tornaram a península coreana seu novo protetorado, pelo Tratado de Eulsa, em 1905, e então assinaram o tratado de Anexação Japão-Coreia em 1910.

A Coreia ocupada era considerada parte do Império japonês como uma colônia industrializada, como parte da Esfera de Coprosperidade da Grande Ásia Oriental. Em 1937, o governador da Coreia, o general Jirō Minami, iniciou um processo de assimilação cultural dos 23,5 milhões de coreanos ao banir o uso e o ensino da língua local, proibindo a literatura nacional e promovendo a repressão cultural, implementando à força na sociedade coreana os ensinamentos e tradições japonesas. Em 1939, a população passou a ser obrigada a adotar nomes japoneses sob a regra Sōshi-kaimei. Em 1938, o governo colonial instaurou programas de trabalho forçado.

Durante a Segunda Guerra Mundial, os japoneses usaram a comida, a pecuária e metais coreanos no esforço de guerra. A presença militar japonesa no país aumentou de 46 000 soldados em 1941 para 300 000 em 1945. O Japão alistou 2,6 milhões de coreanos como força de trabalho. Cerca de 723 000 pessoas foram enviadas para trabalhar em territórios ocupados pelos japoneses no exterior. Em 1942, homens coreanos passaram a ser alistados à força pelo exército imperial japonês. Em janeiro de 1945, os coreanos eram cerca de 32% da força de trabalho japonesa. Em agosto, quando os Estados Unidos lançaram bombas atômicas contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, cerca de 25% dos mortos eram coreanos.No fim da guerra, as potências mundiais não mais reconheciam a legalidade da ocupação japonesa sobre a Coreia e sobre a ilha de Taiwan, outro protetorado japonês.

Invasão soviética-americana (1945)
Em novembro de 1943, em uma conferência realizada no Egito, a República da China, o Reino Unido e os Estados Unidos decidiram que "a Coreia se tornaria uma nação independente após a guerra".16 Na Conferência de Ialta, feita em fevereiro de 1945, foi acertado que o país entraria para a "zona de influência" soviética, em troca do apoio destes na guerra contra o Japão. Ao fim da Segunda Guerra Mundial, o Exército vermelho ocupou boa parte do norte da península coreana, como havia sido acertado em acordo com as potências ocidentais e em 26 de agosto de 1945, mas detiveram seu avanço no paralelo 38 e esperaram a invasão americana no sul do país.

Em 10 de agosto de 1945, com a derrota japonesa próxima, os americanos duvidavam se os soviéticos iriam honrar os acordos da ocupação da Coreia. Um mês antes, os coronéis Dean Rusk e Charles H. Bonesteel III dividiram a península no paralelo 38, assegurando-se que a zona sul tivesse pelo menos dois grandes portos.Rusk teria justificado o local da divisão no paralelo 38 pois "caso a União Soviética violasse o acordo, a área ocupada pelo exército vermelho estaria ao alcance rápido das forças americanas, [...] era importante colocar a capital da Coreia sob responsabilidade do exército dos Estados Unidos". Os soviéticos aceitaram a demarcação das zonas de ocupação americanas, já que seu foco estava nas negociações com o ocidente sobre como ocupar o leste da europa e também porque eles aceitariam a rendição japonesa nos termos dela.

Divisão da Coreia (1945–1949)
Cidadãos sul-coreanos protestando contra a ocupação das Coréias por potências estrangeiras, em dezembro de 1945.
Na Conferência de Potsdam (julho–agosto de 1945), os Aliados decidiram, unilateralmente, dividir a Coreia — sem consultar o povo coreano.22 Em 8 de setembro de 1945, o general americano John R. Hodge chegou em Incheon para aceitar a rendição japonesa no sul do paralelo 38. Apontado como governador militar, Hodge assumiu total controle sobre o sul da Coreia.23

Em dezembro de 1945, a Coreia era administrada por uma Comissão Americano-Soviética, como acertado na Conferência de Moscou, ainda naquele ano. Os coreanos foram excluídos de todas as negociações sobre o futuro do país. A comissão decidiu dar independência a península coreana em 1950, depois de cinco anos de ocupação e de esforços para inclinar a população das zonas ocupadas as ideologias defendidas pelas forças estrangeiras de ocupação. A população coreana se revoltou contra tais determinações. No sul, foram reportados enormes protestos nacionalistas e alguns grupos políticos passaram a pegar em armas.

Em 1946 as greves assolaram o país inteiro, além de protestos nas grandes cidades.A desordem civil foi forte durante todo este ano e conduziu a vários levantes populares. Em 1 de outubro de 1946, a polícia matou três estudantes durante uma revolta em Daegu. Manifestantes armados passaram então a visar a policia, matando 38 oficiais de segurança. Em 3 de outubro, cerca de 10 mil pessoas atacaram uma delegacia de polícia em Yeongcheon, matando 3 policiais e ferindo outros 40. Cerca de 20 proprietários de terra e coreanos suspeitos de serem simpatizantes da antiga ocupação japonesa também foram mortos. As forças de ocupação americanas decidiram então decretar lei marcial. Em 3 de abril, uma grande revolta explodiu na Coreia (a Insurreição de Jeju), que terminou com cerca de 60 mil pessoas mortas.

Em 10 de maio de 1948, a Coreia do Sul convocou sua primeira eleição nacional, a que os soviéticos se opuseram.29 Em 25 de agosto, foi a vez da Coreia do Norte ter eleições gerais.30

O governo formado no sul após as eleições tinha uma dura linha anti-comunista e aprovou sua nova constituição em 17 de julho de 1948, elegendo o presidente, Syngman Rhee, em 20 de julho. As eleições foram violentas e pelo menos 600 pessoas morreram durante o processo. A República da Coreia (no sul) foi formalmente estabelecida em 15 de agosto de 1948. Na zona de ocupação soviética, o novo governo comunista passou a ser chefiado por Kim Il-sung. O regime do presidente Rhee expulsou os comunistas das políticas do sul. Muitos fugiram para as colinas e pegaram em armas para lutar contra o governo de Seul.

Ambos muito nacionalistas, Syngman Rhee e Kim Il-Sung tinham intenções de reunificar a Coreia sob seu próprio sistema de governo. O Norte recebia apoio incondicional da União Soviética e da China. Tiroteios e confrontos nas fronteiras (que passaram a ser militarizadas) se tornaram comuns. A Coreia do Sul era tremendamente limitada em materiais e recursos. Durante essa era, o governo americano presumiu que os comunistas (independentemente da nacionalidade) eram diretamente controlados ou influenciados por Moscou. Assim, os Estados Unidos viam a guerra civil na Coreia como uma manobra de hegemonia por parte dos soviéticos.

No fim de 1948, os soviéticos retiraram seus exércitos do norte, como era previsto nos acordos feitos com o ocidente. Tropas americanas se retiraram do sul em 1949, deixando as forças militares sul-coreanas despreparadas e mal armadas, ao contrário dos vizinhos do norte que estavam fortemente armados com equipamentos russos.

Guerra
No começo de 1950, Kim Il-sung viajou para Moscou e para Pequim à procura de apoio para a guerra iminente. A União Soviética ficou bastante envolvida com a militarização da Coreia do Norte e seus planos para uma ofensiva contra o sul.36 37 Meses antes dos primeiros ataques do Norte, a Agência de Inteligência americana notou uma enorme mobilização militar por parte do forças armadas da Coreia do Norte, mas pensou que era apenas uma "medida defensiva" e concluiu que uma invasão era "improvável".38

Com o objetivo de retaliar supostas pequenas incursões de soldados do sul na fronteira, o exército norte-coreano cruzou a fronteira do paralelo 38, com a proteção de artilharia pesada, em 25 de junho de 1950. Os norte-coreanos haviam declarado que as tropas do exército da Coreia do Sul, sob comando do presidente Syngman Rhee, haviam cruzado a fronteira primeiro e que, por isso, eles pretendiam prender e executar Rhee. As forças armadas de ambos os países já haviam se atacado em pequena escala pela fronteira antes da guerra. A luta começou na península de Ongjin, no oeste, onde os sul-coreanos alegaram ter tomado a cidade de Haeju e rapidamente se tornou em um combate em larga escala por toda a fronteira. Isso levou a crer, para alguns especialistas, que foi o Sul que começou a guerra.A força invasora norte-coreana somava mais de 200 mil homens, enquanto as forças de defesa do Sul tinham ao menos 100 mil soldados.40

Em 27 de junho, frente a bem sucedida ofensiva inicial por parte das tropas do norte, o presidente sul-coreano, Rhee, ordenou a evacuação da capital Seul. Antes de fugir, ele ordenou o chamado massacre da liga Bodo, em 28 de junho, onde pelo menos 100 mil suspeitos de simpatia com o comunismo foram executados sem julgamento.

Em 28 de junho, a Coreia do Sul bombardeou as pontes sobre o rio Han para evitar o avanço das forças do norte. Contudo, Seul foi tomada no mesmo dia. Os norte-coreanos então mataram mais de mil pessoas em um hospital universitário no meio da capital, onde membros feridos do governo do sul estavam.44 Alguns integrantes do congresso nacional do Sul permaneceram em Seul e 48 declararam lealdade ao regime comunista do Norte.45 46

O governo do presidente americano Harry Truman se viu numa encruzilhada. Antes da invasão, a Coreia não era considerada importante no panorama de influência da secretaria de defesa dos Estados Unidos. Os estrategistas militares ocidentais se preocupavam mais com a segurança da Europa contra um ataque da União Soviética. Ao mesmo tempo, os americanos se preocupavam com a possibilidade de que uma guerra na península coreana poderia tomar proporções maiores se os chineses ou os soviéticos decidissem intervir militarmente no conflito.47 Por fim, em 27 de junho, os russos enviaram um comunicado indireto dizendo que não interfeririam na guerra na Coreia, abrindo assim uma brecha para os americanos intervirem com tropas sem reação das demais potências do mundo comunista.48

Em 25 de junho de 1950, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou, por unanimidade, a Resolução 82, condenando a invasão da Coreia do Norte contra seu vizinho do sul.49 Dois dias depois, foi aprovado a Resolução 83 que autorizava uma intervenção militar para por fim no conflito. No mesmo dia, o presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, autorizou que a força aérea e a marinha americana atacassem alvos na península coreana para apoiar o sul, o que foi condenado pela União Soviética.

O comando da força expedicionária americana ficou a cargo do general Douglas MacArthur.51 Em agosto de 1950, o Congresso dos Estados Unidos aprovou um orçamento inicial de 12 bilhões de dólares para gastos militares neste conflito.52 Os americanos também começaram a transportar enormes quantidades de armas e equipamentos para os sul-coreanos.53

A batalha pela cidade de Osan foi o primeiro grande combate para as tropas terrestres americanas, mas o pequeno grupo de soldados foi repelido e 180 militares foram mortos, feridos ou capturados. As forças da Coreia do Norte continuaram a avançar para o sul, tomando no caminho a cidade de Daejeon.54 Os comunistas novamente forçaram o recuo dos sul-coreanos e dos seus aliados americanos na cidade de Pusan. Naquela altura, as forças da ONU controlavam diretamente apenas 10% do território da Coreia do Sul.55

Entre agosto e setembro, as forças norte-coreanas foram derrotadas na batalha de Pusan. A força aérea americana então lançou ataques contra linhas de suprimentos e depósitos de munição das forças comunistas, infligindo severas perdas a estes. Ao fim de 1950, os Aliados já se preparavam para lançar um contra-ataque em larga escala.56

Ao fim de setembro de 1950, a situação das forças comunistas do norte estava se deteriorando. Com poucos suprimentos, sem suporte aéreo ou naval, o norte não podia mais se manter na ofensiva por muito tempo. Para então quebrar em definitivo as forças inimigas em Pusan, o general MacArthur ordenou um ataque anfíbio em larga escala contra a cidade de Incheon. As tropas norte-coreanas na região foram destruídas e os sobreviventes bateram em retirada de forma desordenada.56 Neste momento, os russos aconselharam o ditador Kim Il-sung a recuar para proteger a capital do sul, Seul. Já os chineses aconselharam um contra-ataque em Inchon.57 Contudo, os militares norte-coreanos já haviam sofrido pesadas baixas e não tinham condições de continuar a resistir.56

Em 25 de setembro, Seul foi recapturada pelos sul-coreanos.57 Os bombardeios americanos continuaram a causar severos danos nas forças comunistas e a liderança norte-coreana viu-se obrigada a ordenar a retirada precipitada de suas tropas do sul, para defender a capital Pyongyang.57 Em 27 de setembro, o ditador soviético, Josef Stalin, principal aliado dos norte-coreanos, criticou a ineficácia dos exércitos do norte e também culpou seus conselheiros pelas recentes derrotas dos coreanos.57

Logo após as vitórias no sul, MacArthur recebeu autorização do presidente Truman para lançar incursões no norte.58 Em 29 de setembro, ele declarou reinstaurado o governo da República da Coreia no sul e colocou novamente Syngman Rhee no poder.57 Após reconquistar o sul, as forças coreanas de Rhee começaram a lançar represálias contra simpatizantes do comunismo, massacrando pelo menos 600 pessoas.59 60

Em 30 de setembro, o primeiro-ministro chinês, Zhou Enlai, ameaçou intervir na guerra em favor do norte se os americanos cruzassem o paralelo 38. Zhou também aconselhou os norte-coreanos a recuar e combater em forma de guerrilha, mas o conselho foi ignorado.57 Em outubro, as forças comunistas da fronteira do paralelo foram expulsas de suas posições e os sul-coreanos os perseguiram rumo ao norte.61 Confiante na vitória, MacArthur exigiu a rendição incondicional do norte, mas recebeu uma recusa.57 A capital do norte, Pyongyang, foi tomada pelas forças da ONU em 19 de outubro de 1950.62 Percebendo que o momento da guerra agora era dos Aliados, o general MacArthur acreditava que era preciso levar a guerra até a China. O presidente Truman discordou e ordenou que as forças americanas se detivessem na fronteira chinesa-coreana.63

Intervenção chinesa
Em 27 de junho de 1950, dois dias antes da invasão norte-coreana e três meses antes da entrada chinesa no conflito, o presidente Truman despachou a sétima Frota dos Estados Unidos para o estreito de Taiwan, com o fim de evitar hostilidades entre a República Nacionalista da China (Taiwan) e a República Popular da China.64 Em 4 de agosto de 1950, com a invasão de Taiwan abortada pelo governo comunista de Pequim, o líder chinês, Mao Tsé-Tung, reportou ao Politburo que ele iria intervir na Coreia quando o seu exército estivesse pronto. A China justificou sua entrada na guerra como sendo uma resposta a "agressão americana sob o disfarce da ONU".65 Kim Il-sung já havia apelado para Mao para que ele interviesse na guerra em seu favor. Enquanto isso, o ditador soviético, Stalin, disse aos seus conselheiros que seu país não iria interferir na Coreia, mas aprovou o envio de suprimentos aos seus aliados comunistas.66 67

Em 18 de outubro de 1950, Mao ordenou que 200 mil soldados chineses entrassem na Coreia.68 No dia seguinte, forças da ONU e da China já estavam trocando tiros na região de fronteira. Os soviéticos então decidiram mudar de postura e mandaram, além de mais suprimentos, esquadrões de sua força aérea para realizar ataques em solo coreano.69 Na batalha de Onjong, as forças sul-coreanas foram massacradas pelos chineses. Em 1 de novembro, soldados da China e dos Estados Unidos travaram seu primeiro combate na guerra na batalha de Unsan, vencida pelos chineses. O comando da ONU, contudo, não acreditava que esta intervenção realmente tinha sido em larga escala ou se ela era séria. Em 24 de novembro, o 8º exército americano lançou uma ofensiva na costa noroeste da Coreia do Norte mas eles foram detidos pelos chineses.70 No dia seguinte, forças militares dos Estados Unidos, da Coreia do Sul e de alguns países aliados, como o Reino Unido, foram severamente atacadas por tropas chinesas na batalha do rio Chongchon. Neste combate, ambos os lados sofreram pesadas baixas. Os americanos tiveram ao menos 11 mil homens mortos, feridos, desaparecidos ou capturados. Os chineses perderam quase 40 mil homens mas saíram-se vitoriosos e botaram em fuga as forças da ONU, que por sua vez, resolveram recuar para o paralelo 38 e re-estabeleceram uma nova linha defensiva.71 Ao mesmo tempo o X Corpo do exército dos Estados Unidos foi atacado na região de Chosin Reservoir, onde uma batalha de 17 dias sob frio intenso se seguiu e terminou com mais uma vitória pírrica chinesa. Em meados de dezembro, as forças americanas já haviam se retirado para a fronteira entre as Coreias.72 Frente ao retrocesso inesperado, o presidente Truman declarou situação de emergência e deu prioridade máxima dos recursos militares disponíveis para a região.73

No ano novo de 1951, os chineses e norte-coreanos lançaram sua terceira ofensiva conjunta. Utilizando de várias surtidas noturnas, os comunistas tentaram cercar as tropas da ONU utilizando sua superioridade numérica. As forças americanas e sul-coreanas foram forçadas por esses ataques a recuar. Ocupados combatendo os chineses, as forças militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul não conseguiram impedir que os norte-coreanos conquistassem Seul pela segunda vez na guerra, em 4 de janeiro de 1951.74 Frente a uma sucessão de derrotas, o general MacArthur passou a considerar realizar ataques com armas nucleares contra a China e contra a Coreia do Norte.75 Contudo, com a chegada do general Matthew Ridgway, o exausto 8º exército americano recuperou seus ânimos.76


Em fevereiro, o exército chinês lançou a quarta fase de sua ofensiva na Coreia e conquistou o condado de Hoengseong.74 O exército chinês não conseguiu avançar além de Seul devido a falta de suprimentos, permitindo que o general Ridgway lançasse um contra-ataque e expulsasse as tropas comunistas das proximidades do rio Han. A quarta ofensiva chinesa foi oficialmente detida em Chipyong-ni.77

Nas últimas duas semanas de fevereiro de 1951, foi lançada a Operação Killer, lançada pelo 8º exército americano e pelo I Corpo de fuzileiros americanos. A ofensiva reconquistou os territórios ao sul do rio Han e o IX Corpo de fuzileiros reconquistaram Hoengseong.78 Em 14 de março, Seul foi reconquistada. A população da capital, que antes da guerra era de 1,5 milhões de pessoas, tinha caido para 200 mil devido as quatro grandes batalhas travadas na cidade durante a guerra.78 O líder chinês, Mao, pediu então a Stalin mais assistência e o premier soviético respondeu enviando duas divisões aéreas, três divisões de baterias anti-aérea e seis mil caminhões com suprimentos. Apesar dessas medidas, o problema logístico com suprimentos dos chineses continuou.78


Em 11 de abril de 1951, o presidente Truman decidiu dispensar o general MacArthur do cargo de comandante supremo das forças aliadas na Coreia.79 Vários motivos levaram a essa decisão. MacArthur havia cruzado o paralelo 38 com seus homens sob a impressão errónea de que os chineses não tinham de fato entrado na guerra, o que levou a uma série de derrotas por parte das despreparadas forças aliadas. O general também acreditava que a decisão de usar ou não armas nucleares cabia a ele e não ao Presidente.80 MacArthur também ameaçou destruir a China se ela não se rendesse. Ele também acreditava que vitória total sobre o inimigo seria a única saida aceitável, mas Truman era mais pessimista sobre as chances de vitória na guerra na ásia e pretendia eventualmente assinar um acordo de paz e ordenar uma retirada da Coreia. MacArthur foi alvo de uma investigação do congresso em maio e junho de 1951, que determinou que ele havia abertamente desobedecido as ordens do seu presidente e assim violou a constituição dos Estados Unidos.81

O general Ridgway assumiu o comando geral das forças da ONU.82 Sua primeira atitude foi lançar um pesado contra-ataque no perímetro defensivo dos chineses e norte-coreanos que acabou sendo um sucesso. O general James Van Fleet assumiu o comando do 8º exército americano. Em março de 1951, duas ofensivas aliadas conseguiram infligir pesadas baixas nos comunistas e forçar o seu recuo. Os capacetes azuis avançaram então até o paralelo 38 e cercaram os chineses destruindo boa parte de seus exércitos.83 Em abril de 1951, os chineses lançaram uma contra-ofensiva, com quase 700 mil homens na linha de frente. Esse ataque foi detido pelos fuzileiros americanos nas batalhas de Kapyong e do rio Imjin. Em 15 de maio, os chineses tentaram novamente avançar contra as linhas aliadas nas margens do rio Soyang. No dia 20 de maio, as tropas chinesas atacantes já estavam em retirada.84 Então o 8º exército dos Estados Unidos lançou um ataque contra os chineses e norte-coreanos além do paralelo mas não avançaram muito.85

Impasse
A partir de julho de 1951, as forças da ONU e da China continuaram a engajar uma árdua luta de trincheiras, onde nenhum dos dois lados conseguia dar um golpe decisivo sobre o outro. Bombardeamentos aéreos em larga escala contra a Coreia do Norte se intensificaram e então as primeiras negociações de armistício começaram em 10 de julho de 1951. Apesar das negociações, a guerra continuava a todo vapor.86 Grandes combates foram travados durante esse período, como a batalha de Bloody Ridge e a de Heartbreak Ridge.87


Em 1952, uma série de sangrentas batalhas foram travadas e centenas de soldados morreram em ambos os lados, com pouco ganho estratégico, enquanto a situação humanitária nas Coreias piorava.87 As tropas chinesas e norte-coreanas sofriam com falta de suprimentos e materiais, ainda contando com uma péssima logística com linhas de suprimentos longas e sob constante ataques aéreos dos aliados ocidentais.66

O impasse continuou por 1953. Cerca de 4 500 militares chineses morreram no cerco ao posto avançado americano de Harry. Em Kaesong, mais 1 500 chineses foram mortos. Entre março e julho, perto de Cheorwon, forças norte-coreanas, chinesas, americanas, sul-corenas e de outros países das forças da ONU se combateram em uma sangrenta batalha que acabou em um impasse estratégico e com a morte de mais de 2 mil soldados. A situação dos comunistas prosseguia tensa devido a falta de suprimentos e as enormes perdas sofridas nos combates.88 Enquanto nenhum dos dois lados era capaz de vencer uma batalha decisiva sobre o outro, as negociações, que já se prosseguiam há quase 24 meses, continuavam. Entre os obstáculos para a paz estava no ponto de como a troca dos prisioneiros de guerra seria feita.89

Armistício
A zona desmilitarizada entre as Coreias cortava o país no paralelo 38. A velha capital do país unificado, Kaesong, local onde as negociações do armistício estavam sendo feitas, pertencia à República da Coreia do Sul, mas agora estava sob controle do Norte. O Comando das Nações Unidas, apoiado pelos Estados Unidos, a Coreia do Norte e o Governo chinês finalmente assinaram os termos do armistício em 27 de julho de 1953. Este acordo decretou um cessar-fogo imediato e garantias do status quo ante bellum. A guerra oficialmente acabou neste dia, porém, até os dias atuais, nenhum tratado de paz foi firmado entre as duas Coreias.90 O Norte, contudo, alega que venceu a guerra.91 92

Depois da guerra, a chamada "Operação Glória" (julho–novembro de 1954) garantiu a troca dos corpos dos soldados e guerrilheiros mortos em território adversário. Os restos mortais de 4 167 soldados e fuzileiros americanos foram trocados pelos corpos de 13 528 militares chineses e norte-coreanos, além dos corpos de 546 civis que morreram em campos de prisioneiros da ONU que também foram entregues ao Norte.93 Estima-se que mais de 1,2 milhões de pessoas morreram na Guerra da Coreia.94 95

Divisão da Coreia
Os termos do armistício acertou uma comissão internacional para assegurar que o acordo fosse cumprido. Desde 1953, a "Comissão de Supervisão da Neutralidade das Nações" (NNSC), composta por membros das forças armadas da Suíça e da Suécia, monitorizavam a zona desmilitarizada.96 97

Em abril de 1975, a capital do Vietnã do Sul foi capturada pelo exército norte-vietnamita. Encorajado pelo sucesso do comunismo na Indochina, o ditador norte-coreano, Kim Il-sung, viu nisso uma nova oportunidade de conquistar o sul da sua península. Kim visitou a China em abril daquele ano e se encontrou com Mao Tsé-Tung e com Zhou Enlai, pedindo ajuda para uma futura incursão militar. Apesar das expectativas de Pyongyang, Pequim não tinha qualquer interesse em entrar em outra guerra na Coreia.98

Desde o armistício, houve vários desentendimentos e atos de agressão entre os dois países. Em 1976, dois soldados americanos foram mortos por norte-coreanos na zona desmilitarizada. Desde 1974, quatro túneis usados por norte-coreanos foram descobertos. Todos os túneis serviam de passagem para o sul. Em 2010, um submarino norte-coreano torpedeou e afundou uma corveta sul-coreana, o ROKS Cheonan, resultando na morte de 46 marinheiros.99 Ainda em 2010, a Coreia do Norte disparou vários tiros de artilharia contra a ilha de Yeonpyeong, matando dois militares e dois civis sul-coreanos.100

Em 11 de março de 2013, após mais uma nova rodada de sanções da ONU contra o regime da Coreia do Norte, o governo deste país decretou nulo o armistício de 1953.101 102

Ozônio

O ozônio é encontrado naturalmente em pequenas concentrações na estratosfera, uma camada superior da atmosfera terrestre. Nessa atmosfera superior, o ozônio é formado quando a luz ultravioleta do sol divide uma molécula de oxigênio (O2), formando dois átomos de oxigênio. Cada átomo de oxigênio une-se a uma molécula para formar o ozônio. O ozônio da estratosfera protege a superfície terrestre da luz ultravioleta, que é perigosa.

O ozônio também pode ser encontrado na troposfera, a camada mais baixa da atmosfera. O ozônio da troposfera é produzido pelo homem, como o resultado da poluição do ar de motores de combustão interna e usinas geradoras de energia. O escapamento dos automóveis e as emissões industriais liberam uma gama de gases de óxido nitroso (NOx) e compostos orgânicos voláteis (VOC), subprodutos da queima de gasolina e carvão. O NOx e o VOC combinam-se quimicamente com o oxigênio para formar ozônio durante dias ensolarados de altas temperaturas no final da primavera, verão e começo do outono. Geralmente, os altos níveis de ozônio são formados no calor da tarde e começo da noite, dissipando-se durante as noites mais frias.

Como o ozônio é muito corrosivo, danifica os bronquíolos e os alvéolos em seus pulmões, as bolsas de ar que são importantes para a troca de gases. A exposição repetida ao ozônio pode inflamar os tecidos dos pulmões e causar infecções respiratórias.

A exposição ao ozônio pode agravar condições respiratórias preexistentes, como a asma, reduzir o funcionamento dos pulmões e a capacidade de fazer exercícios. Pode também causar dores no peito e tosse. As crianças pequenas e os idosos são mais suscetíveis aos altos níveis de ozônio encontrados durante o verão.
Além dos efeitos nos seres humanos, a natureza corrosiva do ozônio pode danificar plantas e árvores. Altos níveis de ozônio podem destruir colheitas e vegetação.


Conflito de Beagle e Guerra das Malvinas

O Conflito de Beagle envolveu uma região que divide a Argentina e o Chile na Terra do Fogo, o Estreito de Beagle.

Em 1881, Chile e Argentina assinaram um acordo sobre o Canal de Beagle: a "Paz de los estrechos". Entretanto, mesmo depois da assinatura deste tratado, sempre discutiram seus limites sobre o emaranhado de ilhas que cercam o canal, considerando além dos aspectos geográfico e estratégico (dividindo os oceanos atlântico e pacífico e dando acesso à Antártida), os recursos naturais ali existentes (urânio e petróleo).

Em 1977, a Tribunal internacional preparou um laudo arbitral que considerou chilenas as ilhas, abrindo para este país o acesso ao oceano Atlântico. Esse laudo quase levou os dois países a guerra em 1978, pois a arbitragem foi repudiada pela Argentina.

Em 1978, a questão foi submetida à mediação do Papa João Paulo II, ficando o Chile com as ilhas Nueva, Picton e Lennox, além de controlar o canal de Drake e a Argentina passou a controlar o mar territorial Atlântico e seus recursos pesqueiros e petrolíferos. Atualmente, essa questão não apresenta problemas.

As ilhas são territorio do Chile no entanto, a Argentina a explora mineralmente.

A Guerra das Malvinas (em inglês: Falklands War; em espanhol: Guerra de las Malvinas) ou Guerra do Atlântico Sul foi um conflito armado entre a Argentina e o Reino Unido ocorrido nas Ilhas Malvinas (em inglês Falklands), Geórgia do Sul e Sandwich do Sul entre os dias 2 de abril e 14 de junho de 1982 pela soberania sobre estes arquipélagos austrais reivindicados em 1833 e dominados a partir de então pelo Reino Unido. Porém, a Argentina reclamou como parte integral e indivisível de seu território, considerando que elas encontram "ocupadas ilegalmente por uma potência invasora" e as incluem como partes da província da Terra do Fogo, Antártica e Ilhas do Atlântico Sul.3


O saldo final da guerra foi a recuperação do arquipélago pelo Reino Unido e a morte de 649 soldados argentinos, 255 britânicos e 3 civis das ilhas. Na Argentina, a derrota no conflito fortaleceu a queda da Junta militar que governava o país e que havia sucedido as outras juntas militares instaladas através do golpe de Estado de 1976 e a restauração da democracia como forma de governo. Por outro lado, a vitória no confronto permitiu ao governo conservador de Margaret Thatcher obter a vitória nas eleições de 1983.

Bolívia

O Gasoduto Bolívia-Brasil, também conhecido como Gasbol, é uma via de transporte de gás natural entre a Bolívia e o Brasil com 3150 quilômetros de extensão, sendo 557 em território boliviano (trecho administrado pela GTB) e 2593 em território brasileiro (trecho administrado pela TBG).


A construção, funcionamento e comércio do gás é regido pelo acordo Tratado de La Paz redigido em 1996. E começou a ser construído em 1997, iniciando sua operação em 1999. Mas esteve plenamente operativo somente em 2010, com o objetivo de que o gás natural chegue a 15% de todo o consumo energético brasileiro. O então presidente Fernando Henrique Cardoso teve grande empenho para a realização do projeto e inaugurou as primeiras etapas.

O gasoduto tem seu início na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra e seu fim na cidade gaúcha de Canoas, atravessando também os estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, passando por cerca de quatro mil propriedades em 135 municípios.

Em São Paulo, o traçado acompanha o rio Tietê, chegando a Campinas, onde se encontram as indústrias que, em 1999, foram as empresas pioneiras na utilização do gás natural boliviano. O trajeto é estratégico, pois passa por uma área responsável por 71% do consumo energético brasileiro, 82% da produção industrial do país e 75% do PIB.

Até a construção do gasoduto, terminado em 2010 - (ANP), no estado de São Paulo, somente a capital e alguns municípios adjacentes faziam uso do gás natural nacional, extraído das plataformas submarinas de Campos (no Rio de Janeiro) e de Santos, no litoral paulista. Este sistema já se encontra conectado ao duto do gás boliviano através de uma conexão nas cercanias do Vale do Paraíba. O gás natural de Campos, após alimentar alguns municípios na área de São José dos Campos, é direcionado à rede paulista pelos dutos que correm paralelamente à via Dutra e o de Santos sobe a Serra do Mar, em direção à zona industrial da região metropolitana. Em novembro de 2008, na cidade de Gaspar, em Santa Catarina, houve um rompimento do gasoduto em decorrência das enchentes ocorridas na região do Vale do Itajaí.

A nacionalização de Evo Morales
Em 2006 o presidente Evo Morales,nacionalizou a exploração dos negócios de petróleo e gás no país, ordenou a ocupação pelo Exército dos campos de produção das empresas estrangeiras no país, entre elas a estatal brasileira Petrobras, declarando o Decreto Supremo, em que impõe regras para os hidrocarburetos, todos os derivados de petróleo extraídos no país. O decreto transfere a propriedade das reservas para a Bolívia e aumenta os impostos sobre a produção de 50% para 82%, .Caso as empresas não aceitem as medidas, terão de deixar a Bolívia num prazo de 180 dias. É a terceira vez que o governo boliviano nacionaliza seus hidrocarbonetos. As anteriores foram em 1937 e 1969, durante regimes militar.

A partir de hoje as empresas estrangeiras ficam obrigadas a entregar as propriedades para a empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), que assumirá a comercialização da produção, definindo condições, volumes e preços tanto para o mercado interno quanto para exportação.

O gás era extraído na Bolívia em campos anteriormente explorados por multinacionais como PETROBRÁS, Repsol YPF, British Gas e British Petroleum e a Total. Estas tiveram recuo em seus lucros e provocaram intensas críticas internacionais e discussões diplomáticas.Este episódio foi largamente desaproveitado pela oposição pressionando o então presidente Lula a tomar atitudes enérgicas, que em nenhum momento foram tomadas.

Evo Morales
Líder sindical dos cocaleros - agricultores que cultivam a coca, cuja folha é utilizada em chás ou mascada, segundo a tradição indígena - e do partido Movimento para o Socialismo (MAS em língua castelhana) - IPSP (Instrumento Político pela Soberania dos Povos), Evo Morales destacou-se ao resistir os esforços do governo dos Estados Unidos para substituição do cultivo da coca, na província de Chapare, por bananas, originárias do Brasil.

De orientação socialista, o foco do seu governo tem sido a implementação da reforma agrária e a nacionalização de setores chaves da economia, contrapondo-se à influência dos Estados Unidos e das grandes corporações nas questões políticas internas da Bolívia.

De etnia uru-aimará, Morales destacou-se a partir dos anos 1980, juntamente com Felipe Quispe e Sixto Jumpiri e alguns outros, na liderança do campesinato indígena do seu país.

Assumiu o poder em 22 de janeiro de 2006 como o primeiro mandatário boliviano a ser eleito Presidente da República em primeiro turno em mais de trinta anos, e sendo reeleito em 6 de dezembro de 2009.

Morales propõe que o problema da cocaína seja resolvido do lado do consumo, pois o cultivo da Coca seria "um patrimônio cultural dos povos andinos e parte inseparável da cultura boliviana e sua proibição não poderia ser feita através de uma simples regulação estabelecida por uma convenção externa".

Embora o tráfico de drogas seja um problema internacional, a nova posição assumida pela Bolívia devolve aos mercados consumidores de drogas o problema ocasionado pela apropriação, para fins ilícitos, de uma planta de uso tradicional - a coca. Segundo Morales, "haverá zero cocaína, zero tráfico de drogas mas não zero coca."Assim, a posição do governo boliviano é de que os costumes indígenas não devem ser afetados pela política de repressão ao tráfico de drogas.
Evo Morales é reeleito para terceiro mandato na Bolívia e governará até 2020.

Colombia

Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (em espanhol: Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia–Ejército del Pueblo), também conhecidas pelo acrônimo FARC ou FARC-EP, é uma organização de inspiração comunista, auto-proclamada guerrilha revolucionária marxista-leninista, que opera mediante táticas de guerrilha. Lutam pela implantação do socialismo na Colômbia e defende o direito dos presos colombianos. Apesar de não ser membro do Foro de São Paulo, que congrega partidos de esquerda da América Latina, as FARC já estiveram presentes em suas reuniões. Hoje, existe uma intensa cooperação ente a ELN e as FARC.

A origem das FARC remontam as disputas entre liberais e conservadores na Colômbia, retratadas pela obra de Gabriel García Márquez "Cem Anos de Solidão", marcada por massacres, como o período da La Violencia. Em 1948, os liberais, com apoio dos comunistas, iniciam uma guerra civil contra o governo conservador. Após 16 anos de luta guerrilheira e a conquista de algumas reivindicações políticas, os liberais passaram a temer que a experiência cubana de 1959 se repetisse na Colômbia. Rompem com a esquerda e passam para o lado conservador.

Ao longo da história do grupo guerrilho, o Partido Comunista Colombiano teve relações mais próximas ou mais distantes com as FARC. Enquanto originaram-se como um puro movimento de guerrilha, a organização já na década de 1980 foi acusada de se envolver no tráfico ilícito de entorpecentes,22 o que provocou a separação formal do Partido Comunista e a formação de uma estrutura política chamada Partido Comunista Colombiano Clandestino23 .

As FARC-EP continuam a se definir como um movimento de guerrilha. Segundo estimativas do governo colombiano, as FARC possuem entre 6000 a 8000 membros, uma queda de mais da metade dos 16 000 em 200124 (aproximadamente 20 a 30% deles são recrutas com menos de 18 anos de idade25 ). Outras estimativas disponíveis avaliam em mais de 18 000 guerrilheiros, números que as próprias FARC reclamaram em 2007 numa entrevista com Raul Reyes.26

As FARC-EP estão presentes em 15-20% do território colombiano, principalmente nas selvas do sudeste e nas planícies localizadas na base da Cordilheira dos Andes.27 Segundo informações do Departamento de Estado dos Estados Unidos, as FARC controlam a maior parte do refino e distribuição de cocaína dentro da Colômbia, sendo responsável por boa parte do suprimento mundial de cocaína e pelo tráfico dessa droga para os Estados Unidos.

Plano Colômbia
O Plano Colômbia é um plano criado pelo governo dos Estados Unidos em 2000.
Destina-se oficialmente a combater a produção e o tráfico de cocaína na Colômbia, porém tem o também propósito de desestruturar as guerrilhas de esquerda, como as FARC, com ajuda financeira e militar dos EUA ao governo colombiano. O plano recebeu várias críticas e elogios ao longo do tempo. Se por um lado, ajudou a fortalecer o governo colombiano e suas forças armadas, aumentando a paz dentro do território nacional, alguns criticam essa 'eficiência'. Uma das questões mais criticadas foi a fumigação das plantações de coca que acabaram também infectando o solo e até atingindo outras plantações, colocando em risco a vida de milhares de consumidores e arruinando negócios de pequenos produtores.

Até 2008, cerca de US$ 1,3 bilhões de dólares já haviam sido repassados à Colômbia através deste plano.

Exército de Libertação Nacional da Colômbia
O Exército de Libertação Nacional da Colômbia é uma organização guerrilheira, de inspiração comunista e de caráter político - militar , criado em Simacota em 7 de janeiro de 1965 , por Fabio Vasquez Castano, inspirado pela experiência bem sucedida da Revolução Cubana . É o segundo maior grupo rebelde da Colômbia (após as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia , FARC) 

Numa sociedade como a colombiana onde as desigualdades sociais se fazem sentir de forma gritante, este movimento atraiu desde o seu início vários padres católicos, inspirados pela Teologia da Libertação , movimento condenado pela Igreja Católica. Em 1966 , a morte em combate de um destes religiosos, o padre guerrilheiro Camilo Torres , adquire um elevado valor simbólico. 

Uma parte significativa dos rendimentos do ELN advêm do "imposto de guerra", a que sujeita as companhias petrolíferas, e dos sequestros a troco de resgate, "descobertos" no início dos anos de 1970. O ELN é responsável pela maioria dos seqüestros na Colômbia. Contrariamente às FARC, o ELN não se dedica ao negócio da droga, ao qual o líder histórico Manuel Perez , um padre espanhol que chefiou o movimento durante cerca duas décadas (até 1998 ) sempre se opôs. Não detendo uma máquina militar que se compare à das FARC e não tendo hipótese no confronto direto com as forças do Governo, o ELN dedica-se principalmente à sabotagem de infra-estruturas, nomeadamente da indústria petrolífera e da rede eléctrica. O ELN teve o seu apogeu durante a segunda metade da década de 1990, altura em que contou com cerca de trinta e cinco mil guerrilheiros. Hoje, tem nas suas fileiras perto de 20 mil homens, que dividem o seu trabalho entre a atividade militar e ações de carácter social. O Exército de Libertação Nacional, hoje liderado por Nicolás Rodríguez Bautista (Gabino), tem sido afetado pela ação dos paramilitares de extrema-direita que surgiram nos anos de 1980. Sua popularidade tem sido muito afetada pela crescente repulsa dos colombianos aos movimentos de esquerda, assim como por seu apoio aos paramilitares que os combatem.

Emiliano Zapata

A revolução de 1910
Nessa época Porfirio Díaz estava tendo que se preocupar com a candidatura de Francisco Madero, capitalista liberal com plenas condições de removê-lo do poder e provocar mudanças genuínas nos rumos do país. Zapata fez alianças secretas com Madero.

Em 1910, as agitações finalmente decantaram na formação de bandos guerrilheiros. Zapata rapidamente assumiu um papel importante, tornando-se o general de um exército formado em Morelos (o Ejército Libertador del Sur, Exército Libertador do Sul).

Zapata foi parcialmente influenciado por um anarquista do norte do México, Ricardo Flores Magón. A influência de Magón em Zapata pode ser sentida no Plano de Ayala (novembro de 1911)3 , e ainda mais no lema adotado pelos zapatistas: Reforma, Libertad, Justicia y Ley) A introdução de Zapata ao anarquismo aconteceu por obra de um professor local4 , Otilio Montano, que expôs a Zapata os trabalhos de Peter Kropotkin e Flores Magón no mesmo período em que o futuro líder revolucionário estava observando e tomando parte nos conflitos dos pequenos agricultores pela terra.1

Díaz foi derrubado por Madero em 1911, em grande parte devido as rebeliões promovidas pelos peões. Zapata liderava os camponeses do sul e Pancho Villa liderava-os no norte. Madero havia prometido a reforma agrária e eleições para presidente, contudo boa parte dessas promessas ficou no papel. Insatisfeito com as atitudes de Madero e com a falta de apoio ao Plano de Ayala, Zapata não pode suportar a indicação para governador de um simpatizante dos grandes proprietários, e mobilizou novamente seu exército de libertação.3

Madero, preocupado, pediu a Zapata o desarmamento e desmobilização do exército. Ao que Zapata respondeu que se as pessoas não poderiam obter seus direitos então, armadas como estavam, não teriam qualquer chance quando estivessem desarmadas. Madero enviou diversos generais para tentar neutralizar Zapata, mas com pouco sucesso.

Revolução contra Huerta e Carranza
Madero foi logo destituído por Victoriano Huerta, um antigo general porfirista, que deu anistia a Díaz e controlou as frentes indígenas em luta pela reforma agrária. A reação dos camponeses a esse governante aumentou consideravelmente as forças armadas de Zapata, e também ajudou um novo grupo do norte: os villistas, comandados por Pancho Villa. Os Villistas eram compostos em maioria por simpatizantes de Madero, o que fez hesistar Zapata ante a um encontro com Villa (que inclusive havia rejeitado a ideia do Plano de Ayala, quando em contato com um zapatista na prisão).3

A oposição a Huerta se consolidou com a entrada em cena de Venustiano Carranza, que liderou uma facção constitucionalista (o Exército Constitucionalista) que se aliou tanto a Villa quanto a Zapata3 . As forças unidas dos três se mostraram suficientes para derrubar Huerta, em julho de 1914. A seguir foi decidido que haveria uma convenção para escolha do novo presidente, à qual Zapata se negou comparecer, alegando que nenhum dos convocados havia sido eleito pelo povo. Os chefes do estado de Morelos enviaram uma delegação para apresentar o Plano de Ayala e acompanhar o desenvolvimento da convenção.

Carranza se fez chefe do governo pouco depois, o que se afigurou como mais um abuso. Inicialmente Carranza obteve lealdade de Álvaro Obregón, um comandante militar que deveria conter as guerrilhas zapatistas e villistas. Os zapatistas mantiveram-se mobilizados, mas com sérios problemas internos após anos de batalhas.

O governo de Carranza chegou a ponto de oferecer uma recompensa pela cabeça de Zapata, com objetivo de fazer o instável exército zapatista trair seu líder e desencorajar outros chefes zapatistas. Nenhum dos objetivos foi conseguido.

Morte e legado
Em 9 de abril de 1919 o general Jesús Guajardo convidou Zapata para um encontro, fingindo simpatizar com a causa zapatista. Quando Zapata o encontrou, entretanto, Guajardo disparou diversas vezes contra ele; a seguir, entregou o corpo do chefe revolucionário em troca da recompensa oferecida (na verdade, metade do que havia sido oferecido).3

Após a morte de Emiliano Zapata, o Exército de Libertação do Sul começou a desintegrar-se, desaparecendo depois que uma rebelião comandada por Obregón depôs Carranza. As conquistas de Zapata no estado de Morelos foram aos poucos desaparecendo, também.5

Mas, poucos anos após a morte de Zapata, o presidente Lázaro Cárdenas finalmente conseguiu promover uma reforma agrária nacional no ano de 1934.

O legado de Zapata permanece vivo ainda hoje, particularmente entre os grupos revolucionários do sul do México. Disse ele uma vez: "É melhor morrer de pé do que viver de joelhos". O Movimento zapatista e seu Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) são diretamente inspirados na história e nas ações de Zapata.