quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Revolução Sandinista

A Revolução Sandinista (em espanhol: Revolución Nicaragüense ou Revolución Popular Sandinista) refere-se ao processo ocorrido na Nicarágua entre 1979 e 1990, sob a égide da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) - assim chamada em memória do guerrilheiro Augusto César Sandino -, envolvendo a luta armada contra o regime ditatorial de Anastasio Somoza Debayle, a derrubada do ditador e os subsequentes esforços da FSLN para reformar a sociedade e a economia do país, mediante a instauração de um governo democrático progressista de esquerda ao longo daqueles onze anos.

A revolução não foi importante apenas para a Nicarágua, mas também para toda a América Central e o continente americano, durante a Guerra Fria.

A definição do período correspondente à Revolução Sandinista pode suscitar controvérsias, pois não houve uma declaração formal de guerra que definisse o seu início. Quanto ao seu final geralmente se considera o dia em que o antigo regime cai ou o dia em que cessaram as hostilidades (o que poderia ser posterior à queda do antigo regime), ou mesmo uma data posterior, que incluiria o período de reconstrução e estabelecimento do novo regime, após a tomada do poder pela FSLN. Uma definição bastante ampla do período da revolução nicaraguense poderia até mesmo considerar o ano de fundação da FSLN, em 1961, até a vitória eleitoral de Violeta Chamorro em 1990, pela União Nacional Opositora, que marca o fim do primeiro período dos revolucionários sandinistas no poder.

Uma definição mais restrita seria a de que seu início remonta à década de 1970, quando começa propriamente a resistência armada à ditadura da família Somoza, culminando com a derrubada da Anastasio Somoza Debayle, em 19 de julho de 1979.

De todo modo, a compreensão do processo revolucionário sandinista requer o entendimento de um contexto histórico onde se destacam:

A rebelião de 1926, liderada pelo guerrilheiro Augusto César Sandino, contra a ocupação da Nicarágua por fuzileiros navais, . Iniciado com apenas 29 homens, o movimento ampliou-se até o assassinato de Sandino, em 1934 pelas mãos de Anastasio Somoza García. A figura épica de Sandino transformou-se em um ícone e está presente nas raízes da Revolução Sandinista.

A Revolução Cubana, que inspirou vários movimentos revolucionários da esquerda em diferentes países da América Latina, os quais, em muitos casos derrotados, acabaram por suscitar a instauração de regimes ditatoriais de direita .

A queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989, e a Reunificação Alemã, em 3 de outubro de 1990, que marcam o final da Guerra Fria e da polarização do mundo entre os blocos capitalista (países membros da OTAN, liderada pelo Estados Unidos) e socialista (países membros do Pacto de Varsóvia, sob a égide da URSS). Também em 1990 a derrota eleitoral de Daniel Ortega, da FSLN, para Violeta Chamorro, da Unión Nacional Opositora (formada por uma ampla coalizão de partidos, majoritariamente de centro), marca o fim da Revolução Sandinista. A partir daí, quase todas as principais conquistas sociais foram revertidas pelos governos liberais e conservadores que se seguiram. A FSLN evoluiu para um partido de esquerda que só voltaria ao poder após vencer as eleições gerais da Nicarágua de 2006.

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